Cibersegurança

Segurança cibernética é agenda máxima de Estado, diz presidente da Anatel

A segurança cibernética é agenda prioritária de Estado no mundo todo e também é uma preocupação na instalação do 5G no Brasil, segundo o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Leonardo Euler. 

“Ninguém pode discordar que a segurança do espaço cibernético, bem como de proteção de dados pessoais, deve compor a agenda de prioridade máxima de um Estado soberano”, afirmou em entrevista à jornalista Roseann Kennedy, no Poder em Foco, que foi ao ar domingo (04.abr), no SBT

Ele destacou que a temática da segurança cibernética precede o 5G, porque está envolvida com todos os avanços de conexão e acesso a dados. Mas, a tecnologia de quinta geração tem simbolizado essa discussão. Isso ocorre porque o nível de conectividade decorrente da chamada internet das coisas torna ainda mais crítica a segurança das redes, dos dispositivos e das aplicações.

“A gente não pode esquecer de aspectos como propriedade intelectual, segredos industriais e tantos outros. De uma fábrica totalmente automatizada, robotizada e processando seus dados na nuvem. Então, por óbvio que aspectos industriais estratégicos, dependerão também da robustez da segurança”, exemplificou. 

Leonardo Euler disse que o debate é multissetorial, envolvendo diferentes instituições e jurisdições da administração pública. “Perpassa pelo menos por três vertentes: geopolítica, econômica e técnica. E é na vertente técnica que a Anatel fica restrita. Então, esse leilão não coloca normas sobre segurança cibernética”, ressaltou.

O leilão do 5G vai licitar as radiofrequências nas faixas de 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz. Fazendo uma analogia, é como se fosse concedido o direito para usar os caminhos, as estradas por onde passará o 5G. “O edital traz uma norma abrangente, que contempla todos os prestadores de telecomunicações”, garantiu Leonardo.

Para levar o 5G por esses “caminhos”, no entanto, é preciso adquirir e instalar equipamentos. É aí que começa o imbróglio sobre o uso de tecnologia chinesa ou não, que muitas vezes cai num embate político. Basicamente três empresas disputam esse mercado: Huawei (China), Erickson (Suécia) e Nokia (Finlândia). 

O edital não traz veto a nenhuma delas. Leonardo destaca que os instrumentos normativos de certificação e homologação de equipamentos pela agência, cada com a sua peculiaridade, precisam dizer respeito a uma política nacional e não se limitar apenas à questão do 5G. 

Muitos não sabem, mas nas faixas atuais de 4G, por exemplo, existem equipamentos chineses. Se houver mudança nessa permissão de uso, em algum momento, eles também precisariam ser substituídos, gerando muito mais custos. 

Fonte: SBT News

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