Corning: pandemia não breca expansão de fibra das grandes, mas impõe cautela aos ISPs
Avançando em um ritmo intenso antes da eclosão do novo coronavírus (covid-19) no Brasil, a expansão das redes de fibra ótica no Brasil pode sofrer uma mudança de configuração com o impacto financeiro causado pela pandemia. Essa é a avaliação da fornecedora de soluções óticas Corning, que prevê um momento de maior cautela dos provedores regionais (ISPs), mas sem grandes mudanças na estratégia das grandes.
“No cenário pré-covid19, nós seguiríamos no mesmo ritmo de expansão recente, pois tanto os ISPs quanto as grandes operadoras estavam a mil por hora e sem nenhuma razão ou interesse de tirar o pé do acelerador, já que a fibra tem dado un resultado super importante”, afirmou o diretor de vendas para América Latina e Caribe da Corning, Tadeu Viana. Em 2019, 423 novas cidades passaram a contar com a infraestrutura de fibra ótica.Notícias relacionadasCidades adotam abordagens distintas para antenas durante crise do coronavírusTIM vai complementar renda de funcionários com contrato suspenso
“Agora, o que mudou? Entre as grandes a gente não escutou ninguém alterando os planos. Elas inclusive nos consultaram para saber se mantemos a capacidade de entrega e todas seguem com planos de expansão inalterados”, prosseguiu Viana. “Já no ponto de vista dos ISPs, temos escutado mais cautela”.
De acordo com o executivo, ainda que alguns provedores regionais relatem restrições de mobilidade como fator de dificuldade para novas contratações, também pode haver influência do “menor fôlego financeiro das empresas, que podem enfrentar maior inadimplência por atuarem em cidades menores, com clientes de menor poder aquisitivo”.
“Acredito que eles estejam mais suscetíveis a uma crise”, sintetizou Viana. “Em alguns casos, pode ocorrer de não parar a construção [da infraestrutura de fibra], mas sim uma maior cautela no perfil de cliente buscado”. Por outro lado, o diretor da Corning também destacou o fato dos ISPs estarem provando que fibra ótica não é um produto economicamente viável apenas em regiões de classe média e alta.
“Dos mais de 10 milhões de acessos em fibra hoje, 6 milhões são dos ISPs”, lembrou. “E as operadoras grandes também perceberam que o FTTH não é luxo, sendo necessário não só para novos clientes, mas também para pra proteger a base”.
Até o momento, a produção na planta da Corning na cidade do Rio de Janeiro não foi interrompida. Segundo Tadeu Viana, também não houve disrupção na cadeia de suprimentos da empresa: no caso da fibra ótica, insumos são trazidos da operação da Corning no EUA, enquanto outros produtos já se valem de componentes majoritariamente nacionais.
Fonte: Teletime