TESTES DE CONVIVÊNCIA DA 5G COM PARABÓLICAS ACABAM EM ABRIL
Para Vinicius Caram, superintendente da Anatel, os testes irão dar as respostas necessárias para a definição das regras de convivência entre a 5G e a banda C na faixa de 3,5 GHz
A Anatel redefiniu o cronograma dos testes organizados pelas operadoras e o CPQD para confirmar a solução adotada para convivência entre a 5G e as TVs parabólicas na faixa de 3,5 GHz, que são os sistemas da TVRO em banda C. Inicialmente previstos para terminar em março, em decisão do Conselho de Espectro e Órbita (CEO), ficou decidido que os testes irão continuar no mês de abril, independente de prorrogação da consulta pública do edital de 5G, prevista para acabar no dia 2 de abril.
Segundo o superintendente de Outorga e Recursos à Prestação da Anatel, Vinicius Caram, a intenção é ter o relatório final no dia 24 de abril. “A Anatel participou desses testes em laboratório e agora está participando em campo para confirmar que os frutos são efetivos”, informou o executivo da agência reguladora.
Os testes analisam o funcionamento da mitigação da interferência da 5G na TVRO por meio da instalação nas parabólicas de novos filtros de LNBFs (low-noise block feedhorns) criados por quatro fornecedores.
“Não são apenas novos filtros. Eles melhoram também o nível de saturação do receptor TVRO e permitiria a convivência. Será necessário instalar um filtro numa condição específica. Não são todos os equipamentos interferidos. Tem uma área de possível interferência”, lembrou.
Segundo o SindiTelebrasil, sindicato das operadoras de telecomunicações responsável pela realização dos testes, o custo da instalação dos filtros para os usuários da TVRO ficaria em R$ 455,7 milhões. No final de janeiro, a entidade e a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) divulgaram um acordo a favor dos novos filtros. A Anatel ainda não fez as próprias contas, o que está a cargo da Superintendência de Competição.
Os novos testes estão sendo conduzidos no Centro de Referência Tecnológica (CRT) da Claro, no Rio de Janeiro, sob a observação da Anatel. Caram lembrou que, no primeiro conduzido pela Anatel, ainda não existia a produção de novos filtros para permitir a convivência entre as duas tecnologias. Um segundo teste de laboratório, realizado pelas operadoras, com a observação da Anatel, mostrou a viabilidade do uso de novos filtros.
Fonte: Telesíntese