SES anuncia reestruturação, com possível separação de unidade de redes.
Empresa vai rever seus negócios tradicionais em TV no mundo todo, elogia proposta da FCC de retomada da banda C e registra queda de 1,3% no lucro.
A operadora de satélites SES avisou hoje, 2, ao mercado que pretende realizar em 2020 uma grande reestruturação de seus negócios a fim de “se preparar para o crescimento futuro”. A intenção é cindir completamente as operações, criando uma empresa focada em redes, e outra com os demais negócios (broadcast).
Com o spin off, a empresa de redes poderia ter acesso a fontes de financiamento e capitalização que poderiam acelerar seu crescimento, segundo a companhia.
A separação permitiria aos negócios tradicionais focarem em saídas geradoras de caixa no mercado DTH, que vem encolhendo mundo afora. Também deve facilitar a migração de clientes de TV paga para as frequências mais altas da banda C nos Estados Unidos, onde a empresa concordou com plano da FCC para cessão de parte do espectro para operadoras móveis (veja mais abaixo).
A companhia explica que os mercados em que atua passaram a demandar mais recursos e suscetíveis à inovação tecnológica. Com isso, deverá focar os negócios rentáveis, deixando ou reduzindo a exposição em segmentos já não tão atraentes. Haverá uma revisão mundial das operações, que podem resultar em consolidação. A exepectativa é que, a partir do próximo ano, a SES tenha um aumento de € 40 a 50 milhões no EBTIDA por conta da reestruturação.
LIMPEZA DA BANDA C NOS EUA
O CEO da SES, Steve Collar, elogiou na divulgação dos números de 2019 (veja-os abaixo) a proposta da FCC para limpeza da banda C, que será entregue a operadoras móveis nos Estados Unidos. A proposta prevê pagamento de US$ 9,7 bilhões, ao todo, às operadoras satelitais Intelsat, SES e Telesat.
“É uma solução ganha-ganha-ganha na qual trabalhamos de forma incessante por quase três anos”, afirmou. Segundo ele, o dinheiro recebido pela cessão do espectro será reinvestido na divisão de redes, além de ser usado no pagamento a acionistas.
RESULTADOS DE 2019
A operadora de satélites publicou hoje, 2, os resultados de 2019. A companhia registrou queda de 1,3% nas receitas, para € 1,98 bilhão. O EBITDA do grupo caiu 3,1%, para € 1,21 bilhão. O lucro líquido cresceu também 1,3%, para € 296,2 milhões.
Para este ano, a companhia prevê estabilidade nos números, em função de expectativas “mais prudentes” no mercado de vídeo e desaceleração no mercado de redes.
Steve Collar, CEO da empresa, afirma que houve progresso nas vendas de capacidade de banda larga para mercados aeronáutico e marítimo. Afirmou que a entrada em operação da O3b mPower, unidade de satélites de órbita média que vão fornecer conexão à internet, está “há um ano de distância”, e que já está em construção o sistema de nuvem que será usado para a automação dessa constelação. Entre os parceiros estão Microsoft, Amdocs e Kuthera.
Fonte: Telesíntese