Freire busca eficiência energética em data center de IA
Em balanço de atividades de 2024, Freire contabilizou 93 processos aprovados. Para o próximo ano, prevê avançar nos temas da sustentabilidade dos data centers de IA e dos satélites de órbita baixa
A área técnica da Anatel está estudando, a pedido do conselheiro Alexandre Freire, o impacto da IA na eficiência energética dos data centers que integram a infraestrutura de telecomunicações no Brasil. Essa é uma das atividades de seu gabinete que terá continuidade no próximo ano, conforme o Relatório de Atividades do biênio 23/24 divulgado ontem pelo dirigente.
Para Freire, “a realização desses estudos propiciará uma compreensão mais profunda das implicações da IA nos data centers, contribuindo para o desenvolvimento de estratégias que promovam eficiência energética e sustentabilidade”.
Também na linha da sustentabilidade, ele argumentou, em seu relatório, a necessidade do estudo sobre as constelações de satélite de órbita baixa, já anunciado. Justificou ele: “destaco as minhas preocupações em relação as autorizações a serem concedidas para a exploração de órbita e de radiofrequências via satélite, notadamente quanto a questões concorrenciais e de sustentabilidade espacial de longo prazo e sua importância para a exploração de satélites no Brasil, bem como eventuais medidas que a agência deve adotar para incentivar os operadores de satélites a implementar procedimentos que promovam a sustentabilidade espacial”.
Conforme sugere no documento, a sua intenção é fazer com que esse estudo subsidie a formulação do PERT (Plano Estrutural de Redes de Telecomunicações) e do regulamento de simplificação de serviços de telecomunicações, a serem deliberados em 2025.
Balanço
No balanço divulgado, Freire informa que recebeu 108 processos em seu gabinete, dos quais apresentou para deliberação 93 que foram aprovados sem terem passado por qualquer pedido de vistas dos demais membros do colegiado. Dos três processos em que pediu vistas, um ainda está em fase de diligência: o Projeto de Revisão do Regulamento de celebração e acompanhamento de Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta – RTAC. O processo referente aos pedidos de anulação de itens do Regulamento Geral de Direitos do Consumidor (RGC) foi aprovado ontem, na última reunião do ano do Conselho Diretor da Anatel. O outro processo que teve vistas de Freire tratava-se de áreas locais da telefonia fixa, que foi votado em outubro deste ano, tendo sido incorporada a sua sugestão.
O conselheiro destaca ainda que o tempo médio de julgamento dos processos em seu gabinete, de 53 dias, mas ressalva que essa média de dias não leva em consideração os pedidos de esclarecimentos à área técnica da Anatel ou à Procuradoria Federal Especializada da Anatel.
Entre os processos relatados por ele, Freire aponta os projetos de sandbox regulatório aprovados; a auto-composição da Oi, que autorizou a migração da concessão de telefonia fixa da empresa para o regime privado, realçando que foram adotados elementos de jurisprudência de crise regulatória para o caso; antecipação de oferta de conectividade a escolas do Rio Grande do Sul; alteração no regulamento de Segurança Cibernética; e a elaboração do projeto de Comunicações Digitais Sustentáveis.
Entre os processos que ficaram para a deliberação do próximo ano, ele listou o RTAC; simplificação da regulamentação dos serviços de telecomunicações; pedido de intervenção na Oi; aquisição de perfis elétricos de chips para a prestação de Serviço de Valor Adicionado (SVA); pedido da ABTA para anulação de atos normativos; proposta de alteração do regimento interno do GAPE; roaming nas estradas; pedido da Starlink por mais órbita de satélites.
Fonte: tele.síntese