Anatel e MCOM correm contra o tempo para solucionar desafios de regulação e implementação da TV 3.0
Para desvendar caminhos e desenhar os próximos passos da TV 3.0, o painel “Desenvolvimento e Implantação da TV 3.0” destacou o papel crucial da Anatel e do Ministério da Comunicações na definição de padrões técnicos e regulamentos, jogando luz sobre os projetos adicionais e como eles podem se tornar alavancas para a transferência de tecnologia de TV 3.0 e validação dos casos de uso.
Com moderação de Ana Eliza Faria e Silva, gerente sênior do Regulatório de Tecnologia na Globo, o painel reuniu Madeleine Noland, president do Advanced Television Systems Committee Inc, Paulo Eduardo dos Reis Cardoso, coordenador de Sistemas e Modelos de Gestão da Radiodifusão na Anatel, Thiago Aguiar Soares, coordenador-geral de Inovação, Regulamentação e Sistemas do Ministério das Comunicações, e Gunnar Bedicks, CTO da Seja Digital.
Em sua participação, o representante da Anatel reforçou a importância da regulação que, geralmente, é alvo de críticas de alguns agentes do setor. “Temos que colocar contornos para que todos possam prestar um serviço de qualidade para o cidadão. O Brasil é um dos países que mais tem canais de radiodifusão do mundo. Nos Estados Unidos o número total é bem próximo, só que lá a proporção é de mais canais de FM do que de televisão. Aqui, ao contrário, temos mais canais de TV. Esse é um dos desafios que estamos enfrentando por aqui. E a regulamentação vai ajudar a sanar esse e outros problemas.”
Os desafios para a implantação de espectro também foram tratados por Thiago Aguiar Soares, coordenador-geral de Inovação, Regulamentação e Sistemas do Ministério das Comunicações. “As soluções em discussão no momento no tocante a canais são: novas Faixas (300 MHz), otimização da Faixa de VHF, remanejamento de canais, otimização do planejamento do espectro (Camada Física) e compartilhamento de Canal (Multi-App) em um mesmo canal físico de 6 MHz. Já no que diz respeito à infraestrutura, estamos discutindo o compartilhamento para redução de custos, como, por exemplo, infraestrutura compartilhada do Programa Digitaliza Brasil, incentivo por meio de redução de taxas, discussões sobre operador de infraestrutura versus serviço e transição no mesmo canal. Além disso, estamos discutindo soluções de receptores, financiamento, que é uma preocupação, porque os custos são altos, e regulação, que está desafada”, explicou Soares.
Madeleine Noland, president do Advanced Television Systems Committee Inc, por sua vez, apresentou um panorama de como foram feitas transições diversas em países como Coreia, Jamaica e EUA e suas particularidades, destacando detalhes importantes que podem inspirar o Brasil nesse processo de mudança. “Nós precisamos de novas ferramentas, de novas regras, de novas formas para nos engajarmos com nossas audiências. É importante olharmos como as transições se deram no mundo para que possamos evitar alguns problemas que outros países enfrentam”, disse Noland. E deixou um recado: “Não concorram com infraestrutura, concorram com conteúdo.”
Gunnar Bedicks, CTO da Seja Digital, responsável por implementar a infraestrutura de retransmissão de sinal digital de TV, mostrou como a empresa atuou para atender o edital e cumprir a missão de acelerar a adoção do sinal digital de TV e expandir a banda larga móvel pelo Brasil. Bedicks destacou a possibilidade da realização de projetos adicionais devido à sobra de R$ 380 milhões.
Fonte: SET